Como administrar minha poupança?

Tem duas coisas muito importantes sobre as reservas financeiras: primeiro, é o quanto guardar em cada uma delas, segundo é em que produto financeiro guardar cada tipo de reserva.

1. Reserva de Emergência: deve ser suficiente para cobrir seu custo de vida por um período de 6 meses há 1 ano. Eu particularmente acho que devemos usar o valor de 1 ano como guia. Melhor sobrar do que faltar! Como esse dinheiro poderá ser necessário a qualquer momento, que não sabemos quando, ele deve ser guardado em um produto financeiro conservador, preferencialmente de renda fixa, e com liquidez diária, quer dizer que você pode sacar o dinheiro do investimento a qualquer momento, e que ele volte naquele mesmo instante para a sua conta corrente. Exemplo de investimentos que podem ser usados: Poupança, CDBs, LCIs, Fundos de Renda Fixa, Fundos DI. No futuro, se esta reserva não for usada ao longo da vida, ela fará parte da reserva para a aposentadoria.

2. Reserva para a realização de sonhos: ela deve ser do tamanho dos seus sonhos! Quer dizer que deve cobrir o valor do custo da compra do bem do seu desejo, ou da realização da experiência desejada. O investimento que vai guardar esta reserva varia conforme o tempo que você tem disponível até a realização do sonho e a sua tolerância ao risco.

2.1 Sonhos que você quer realizar logo (curto prazo): se o período até a realização do sonho for menor que 1 ano, você deve guardar este dinheiro em um produto de Renda Fixa, porque não terá tempo de esperar uma recuperação do mercado caso algo saia errado. Exemplo de produtos que podem ser usados: Poupança, CDBs, LCIs, Fundos de Renda Fixa, Fundos DI, Notas do Governo (LFT, NTN…), Debêntures.

2.2 Sonhos que você quer realizar no médio ou longo prazo: se o período até a realização do sonho for maior que 1 ano, você pode usar produtos com um pouco mais de risco, para que eles lhe proporcionem um rendimento maior e ajudem a aumentar a sua reserva para a realização daquele sonho. Para isso, além dos produtos financeiros já mencionados, você pode incluir também Fundos Multimercados, Fundos Imobiliários, Fundos de Ações, Ações e ETFs no seu portfólio de investimentos, respeitando o seu perfil de risco, quer dizer que você não deve colocar todo o seu dinheiro nestes produtos, mas sim uma parte. O quanto (o valor desta parte), vai variar conforme o seu perfil de tolerância ao risco. Como o seu horizonte de tempo para a realização destes sonhos é maior, você pode investir em produtos que tenham uma liquidez menor, quer dizer que o tempo que você leva para ter o resgate pago na sua conta corrente não precisa ser diário. Mas lembre-se de se programar para solicitar o resgate com antecedência quando você precisar do dinheiro!

3. Reserva para a Aposentadoria: como o horizonte de tempo até a sua aposentadoria é longo (espera-se!), você pode usar uma carteira diversificada de investimentos financeiros, composta por ativos de renda fixa, multimercados e ações, e produtos de previdência privada. Cada um destes produtos tem uma função diferente dentro da sua reserva. Os produtos de renda fixa tem a função de acumulação de capital e aproveitamento dos juros compostos para aumentar a base da sua poupança. Já os produtos de multi-mercados e renda variável (ações, ETFs), tem a função de trazer um retorno maior que o proporcionado pelos juros no longo prazo, porém, como eles são mais voláteis, quer dizer, têm uma variação de valor positiva e negativa, é importante que sejam usados apenas em reservas de longo prazo, assim você não precisará sacar o dinheiro em um período de baixa do mercado e incorrer em prejuízo financeiro na sua poupança. O tempo maior permite a espera pela recuperação do mercado financeiro em períodos de crise. E lembre-se sempre de respeitar o seu perfil de tolerância ao risco!

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Sobre Lavínia Martins, CFP®

Fundadora da FLUXO Planejamento Financeiro, é planejadora financeira certificada com a Certificação CFP® desde Fev/2010. É autora do blog “Finanças Pessoais e outras coisas” e do Instagram @lavinia.martins.financas. Foi Diretora da Planejar, a Associação Brasileira de Planejamento Financeiro e entidade responsável pela Certificação CFP® no Brasil por 4 anos. Participou do Conselho de Regulação e Melhores Práticas para a Atividade de Gestão de Patrimônio Financeiro da ANBIMA, e do Comitê Consultivo de Educação da CVM, como representante da Planejar. Participou dos seminários do networking internacional de educação financeira da OCDE-INFE durante 6 anos. Foi professora de Finanças Pessoais da B3 Educação e da Idea9 por 2 anos. Foi sócia da FinPlan Consultoria e Gestão Financeira por 3 anos, e possui 20 anos de experiência no mercado financeiro, atuando com planejamento financeiro pessoal e gestão patrimonial, e antes disso trabalhou por 3 anos em finanças corporativas de multinacionais como Louis Dreyfus Commodities e Rohm & Haas Química. Graduada em Administração de Empresas pela PUC-SP, possui pós-graduação em Finanças pelo Insper, especialização em Gestão de Patrimônio Familiar na Columbia Business School, em Nova York, EUA, e é certificada com o ACE: Advanced Certificate for Executives in Management, Innovation, and Technology (Certificado Avançado para Executivos em Administração, Inovação e Tecnologia) no MIT – Massachusetts Institute of Technology, em Boston, EUA.
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